Espaço Liberdade
Dentro desse blog tem um poema, dentro desse poema tem um quadro, dentro desse quadro tem uma estrada, e eu estou começando a chegar nela.
quinta-feira, 21 de agosto de 2014
Agreste
um palmo de sabiás
cortinando a sombra azul do céu.
- meu coração batendo morno.
num cunho de batente a minha sede:
das curvas negras de mel
nas brechas da tramela.
recado de orvalho em manhã doce
e o cheiro de café
nos olhos dela..
segunda-feira, 10 de junho de 2013
Menina do fogo

Menina de fogo do abraço de gelo
Quero ter-te no meu travesseiro
Ser teu sabor em qualquer risco de gosto
[De gosto inteiro]
Ser uma tarde cinzenta e fria
Pra na chuva te ver colorir meu sorriso
[Mordido]
Ou um rastro de luz no teu quarto vazio
Me perder como um cão no teu colo
[Tão frio]
Menina de fogo que me beija as estradas
De um país que parece infinito
E distante
[Sempre].
domingo, 17 de março de 2013
O abraço dela
quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013
Bença, Vó?

Bença, Vó?
Vou morrer no mundo mas não vou ficar
Feito vagabundo num escritório aí
Louco, "dark crazy" com meus planos e panos
Preso a mim
Bença, Vó?
Me abençoe o Deus dessa cidade ruim
Pode o Deus trazer essa tal culpa a mim
Mas civilidade não me dá a liberdade
Em comunhão
Bença, Vó?
"The long, the long, and riding road"
No futuro pode ser gol contra, amor
Bem melhor que a trave empatando os meus sonhos
No jornal
Bença, Vó?
Talvez eu não volte com meu coração
Por que para os cegos o meu coração
Só existe em tempo de Natal e nas cores
Do jardim
sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013
Cicatriz da Juventude Popular

Cicatriz da Juventude Popular
Abre o beijo
Berra a evolução
De um mundo novo que eu não vi chegar
Respira a cicatriz da juventude popular
Bagaços de laranja, cravos no meu rosto
Triste retrato com gosto de outro retrato qualquer
Florestas de meninas ruins
Tons e batons, meus laços de mel
Vou chorando as pessoas no jardim
No inferno do céu
Ecoam-se nessas cidades
Meus velhos ideais da estrada que eu
Podia tudo que tudo que tudo que tudo eu puder
sábado, 5 de janeiro de 2013
Amor Sem Amar
Quão doce é ter-te amarga pós o sexo?
Quão vaga é ter-te a mim nas ilusões?
Amor que amarga à morte - as multidões
Real e tão distante - errante nexo
Borbulhei enfim meus pensamentos
No comboio das tuas tranças me perdi
No pecado, o teu perfume - o meu tormento
Foram sonhos de amor que não vivi
Debruçadas em mim, minha corte, em dorso livre
Eu não pude entender o que não tive
Pois de tanta raiva me tornei mais esmo...
Junto à sombra, segurava o meu calibre
Pude ver no espelho a morte - o que não vive
Fui traído - e outro era eu mesmo
sexta-feira, 5 de outubro de 2012
O Relógio do meu Pai
O relógio do meu pai tem tons e baques
Que o tempo não segura seu compasso
O relógio do meu pai é cor de aço
E se finca firme forte em tique-taques
O relógio do meu pai é o meu ponteiro
Quando deito em seus braços taciturnos
É o cansaço do meu pai – sonhos noturnos
Acalanto que me toma por inteiro
O relógio do meu pai é o meu pai
Que me beija a noite em tempos de euforia
É remédio à dor que eu sinto todo dia
É a sombra fria quando o sol se vai
O relógio do meu pai é tão valente
Tem vacina contra oxidação
É um touro que feroz, corre contente
Bem na palma quando eu pego em sua mão
O relógio do meu pai não bate mais
Mas o tempo não o faz ficar mais velho
Um relógio que é meu mundo e hemisfério
Que me rege ao norte certo toda vida
É amor que traz a cor na sua batida
E me fazer ficar mais jovem sendo velho
1 de Outubro, 2012.
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