sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Quarto centenário e um quarto de pensão.

Cantem-se as revoluções por muitos anos
No sobrado guerrilheiro desta terra
Que por muitos viu pesares desenganos
Como filme de retrato, amor e guerra...

Salve o peito do sertão a quem ja herda
No seu nome um recado de profanos
E há quem que por engano já não nega
Lutem firmes por mais décadas e anos

Ao meu povo sirvam doces cristalinos
No agreste tempo - açúcares mais finos-
Que a memória não apaga as emoções

Vasta és em tamanha geografia
Que o mais nobre nome da filosofia
Não te deixa de tirar dos corações

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Sono perdido, abacaxi e bem-te-vi.

Hoje o primeiro bem-te-vi cantarolou às 05:14 da manhã, foi um cantar disperso e intenso que fez vibrar tonante aos pés dos meus ouvidos. Agudo e com dor. Tudo isso por que levei um chá de cadeira, aliás, um chá de cama de mim mesmo por não ter conseguido atingir a plenitude da paz interior: o sono sonhado da noite. Meu pai, em ritual diário, partiu ao banheiro no mesmo minuto, mas, diferentemente de mim, pouco depois voltou a sonhar.
Ray-ban e fusca: fui à praia tomar um sol e caminhar, talvez pudesse andando, colocar o pensamento no céu e descançar a mente. Foi divertido. A turma do passeio matinal na orla é um barato! Velhos aposentados loucos pra soltar a piada do dia, senhoras hipertensas com flocos de puddle de baixo do suvaco, atletas, garis, mulheres, carros, música, frutas e um bom banho de vento era o que desenhava o dia desde cedo no seio leste da Filpéia amada. Me senti mais solto, mais leve, como quem tomba e nunca cái.
No meio do passeio, encontrei um senhor gordo vendendo abacaxis e sem muito esperar solicitei-o que me colocasse às mãos o mais graudo. Sorri um sorriso fardo, ao me imaginar devorando-o no almoço. Em jejum, e sem poder comer o abacaxi por causa do almoço e do pH do meu estômago, caminhei bastante até a padaria mais próxima. Ao entrar no recinto, as curvas sinuosas da balconista me chamou atenção. Ligeiramente, pedi um sanduíche de frango e um suco acerola. Ela estava em treinamento, e eu treinei muito a minha paciência, que não esgotou por ver depois do mar, aquele violão.
Depois de satisfeito, caminhei de volta até o carro, estava mais triste, acho que foi a comida. Voltei pra casa pensando em ter comido cuzcuz com ovo, talvez pudesse ter caído melhor. E ainda cá, estou com o mesmo pensamento. Agora passou. Mesmo sem poder comer o que pensei que poderia comer me sinto feliz ao saber que o abacaxi tá guardado pro almoço!Espero que amanhã eu possa comer cuzcuz com ovo. Torço para que o bem-te-vi atrase o canto na minha janela, ou esteja eu numa janela bem maior.