
Sonhei que sonhava que morria
No celeiro do sertão do cabrobó
Minha vida como um filme transcorria
Num passadotão distante e seco e só
Vi meu pai - tão doce a face que sorria -
No rebento que me fez deixar o pó
Minha mãe deitada linda - já dormia -
Quando ao ventre lhe cortaram o meu nó
Foi a morte que bateu em minha porta
A mais negra peste desta minha horta!
Que ao chão já não mais pode enraizar
Ouvi da mãe celeste o grito: - Filho volta!
Dou-te os anjos para te fazerem escolta
Tua vida há de apenas começar!
23 de Agosto de 2011
brunito, gostei muito desse teu texto. principalmente porque vi recentemente um documentário sobre gravidez de fetos anencéfalos, complicadíssima...
ResponderExcluira gravidez é um processo lindo, que envolve dois seres, e inúmeras perspectivas...
e não deixa de ser emocionante a perspectiva do feto que morre para poder viver, que vive pra poder morrer...
parabéns pela sensibilidade.
beijos :)